segunda-feira, 18 de maio de 2020

Eu e a Pandemia da Covid-19

Autora: Rhayadine Maria Fernandes Teixeira (1)
Orientador: Prof. Semí Cavalcante de Oliveira (2)

Por mais que essa pandemia já estivesse sido anunciada desde o ano de 2019, visto que a essa nova faceta do processo de globalização, ela realmente iria se espalhar da China para o mundo. Quando ela foi se aproximou do Brasil, o medo e em alguns o pânico foi aumentando e se transformou em uma experiência completamente nova e assustadora para o Brasil para o mundo em sua história contemporânea.

Quando o Brasil anunciou seu 1º caso, logo após o carnaval de 2020, o resto do mundo já se encontrava em alerta. Os casos mundiais foram aumentando e se espalhando exponencialmente, o alerta mundial de pandemia se instalou, mas o Brasil (teoricamente) apresentava poucos casos e até mesmo desconhecia que se tratava de algo novo. Logo os números vindos da Itália assustaram e deixaram grande parte da população chocada, adicionando isso o fato dos crescentes números de casos no Brasil, entramos em quarentena. 

O sentimento que invadiu milhares de casas foi de caos e medo, muitos não sabiam o que seria feito de seus trabalhos, escolas, faculdades e de suas vidas. A quarentena deveria proteger a população e impedir a propagação do vírus, mas isso não aconteceu pois muitos não levaram a doença a sério e agora já passamos de 14 mil mortos, número que tende a ser 2x maior visto a subnotificação e a falta de testes. 

A sensação que tenho é que minha vida antiga ganhou mais valor. Tudo que eu reclamava, agora sinto falta. Mesmo aquelas 17 horas que passava longe de casa, eu sinto falta. Não perdi ninguém da minha família para a Covid-19, mas cada vez que eu vejo os números de novos casos, sinto que estamos retrocedendo e aumento a quarentena. 

Nosso país se tornou uma bomba relógio em meio a América do Sul. Estamos enfrentando uma pandemia, sistemas de saúde a beira de um colapso, novos casos e mortes batendo recordes diários, cidades entrando em isolamento total e pessoas ainda subestimando a doença. Junto a este fato, que é uma das piores crises humanitárias que o Brasil já enfrentou, temos o nosso sistema político entrando em confronto diário, o governo federal criando crises políticas em momentos impróprios e demonstrando total despreparo com a situação. 

Não vejo o Brasil apresentar sinais de melhora enquanto o governo federal não estabelecer condições mínimas para que a população entre verdadeiramente em quarentena, pois devido ao fato de não termos vacinas, a melhor forma de se prevenir é não ficando exposto a este vírus.

Em minha opinião, que acredito ser semelhante a de um amplo e significativo segmento da população brasileira, e em particular, com a qual tenho contato (amigos e usuários de redes sociais): 2020 começou como um ano bom, mas se tornou um verdadeiro pesadelo, do qual, gostaríamos todos de acordar. 

Este se tornou um ano perdido, que por mais que tentemos recuperar, as cicatrizes serão permanentes: seja no contexto do mundo corporativo e suas formas de encarar o mundo do trabalho, ou mesmo na forma de cuidar da higiene pessoal. Também pelas vidas perdidas, pelo ensino que foi prejudicado, pelas intenções de alguns governantes que foram expostas, as demonstrações de afeto, a rotina e principalmente a liberdade, que de certa forma, nos foi subtraída. 


(1) Rhayadine Maria Fernandes Teixeira é acadêmica do 5º período do Curso de Administração de Empresaso Unicuritiba.

(2) Prof. Semí Cavalcante de Oliveira é Professor de Economia Brasileira do Unicuritiba




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