quinta-feira, 30 de maio de 2019

PIB brasileiro tem resultado negativo de 0,2% no 1º trimestre de 2019 – Inflexão Recessiva

Fonte: Agência IBGE Notícias
Compilado por Semí Cavalcante de Oliveira


No primeiro trimestre de 2019, o Produto Interno Bruto (PIB) recuou (-0,2%) em relação ao quarto trimestre de 2018, na série com ajuste sazonal. Na comparação com igual período de 2018, o PIB cresceu 0,5%. Já o acumulado nos quatro trimestres terminados em março de 2019 subiu 0,9%, comparado aos quatro trimestres imediatamente anteriores.

Em valores correntes, o PIB no primeiro trimestre de 2019 totalizou R$ 1,714 trilhão, sendo R$ 1,462 trilhões referentes ao Valor Adicionado (VA) a preços básicos e R$ 251,5 bilhões aos Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios. Ainda no primeiro trimestre de 2019, a taxa de investimento foi de 15,5% do PIB, acima da observado no mesmo período de 2018 (15,2%).

PIB recua 0,2% em relação ao trimestre imediatamente anterior.
No primeiro trimestre de 2019 o PIB recuou 0,2% em relação ao quarto trimestre de 2018, na série com ajuste sazonal. Foi o primeiro resultado negativo nessa comparação desde o quarto trimestre de 2016 (-0,6%). A Agropecuária (-0,5%) e a Indústria (-0,7%) recuaram, enquanto os Serviços subiram 0,2%.

Nas atividades industriais, a queda foi puxada pelas Indústrias Extrativas (-6,3%), Construção (-2,0%) e Indústrias de Transformação (-0,5%). Já a atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos cresceu 1,4%.

Nos Serviços, os resultados positivos vieram de outros serviços (0,4%), Intermediação financeira e seguros (0,4%), Administração, saúde e educação pública (0,3%), Informação e comunicação (0,3%) e Atividades imobiliárias (0,2%). Já as quedas foram em Transporte, armazenagem e correio (-0,6%) e Comércio (-0,1%).

Pela ótica da despesa, a Formação Bruta de Capital Fixo (-1,7%), enquanto o Consumo do Governo (0,4%) e o Consumo das Famílias (0,3%) tiveram taxas positivas.

No setor externo, as Exportações de Bens e Serviços caíram (-1,9%), enquanto as Importações de Bens e Serviços cresceram 0,5% em relação ao trimestre anterior.

PIB acumulou alta de 0,5% no primeiro trimestre de 2019

Comparado a igual período de 2018, o PIB avançou 0,5% no primeiro trimestre de 2019. O Valor Adicionado a preços básicos teve variação positiva de 0,5% e os Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios avançaram em 0,1%.

A Agropecuária registrou variação negativa (-0,1%) em relação a igual período do ano anterior. Este resultado se explica, principalmente, pelo desempenho de produtos da lavoura com safra relevante no primeiro trimestre e pela produtividade, visível na estimativa de variação da quantidade produzida vis-à-vis a área plantada.

A Indústria teve retração (-1,1%). A maior queda foi nas Indústrias Extrativas (-3,0%), puxada principalmente pelo recuo da extração de minérios ferrosos. Houve queda também na Construção (-2,2%), a vigésima consecutiva da atividade.

A Indústria de Transformação teve retração (-1,7%), influenciada, principalmente, pela queda da fabricação de equipamentos de transportes; indústria farmacêutica; fabricação de máquinas e equipamentos e fabricação de produtos alimentícios.

A atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana cresceu 4,7%, favorecida pela vigência da bandeira tarifária durante o primeiro trimestre de 2019.

O valor adicionado de Serviços cresceu 1,2% nesta comparação, com variações positivas em todas as suas atividades. Os destaques foram Informação e comunicação (3,8%), Atividades Imobiliárias (3,0%) e outras atividades de serviços (1,4%). Os demais resultados positivos foram: Comércio (atacadista e varejista) (0,5%), Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,5%), Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (0,3%) e Transporte, armazenagem e correio (0,2%).

No primeiro trimestre de 2019, a Despesa de Consumo das Famílias cresceu 1,3%. O resultado positivo se explica pelo bom comportamento do crédito para pessoa física e da massa salarial, além de taxa de juros mais baixas que as do primeiro trimestre de 2018.

A Formação Bruta de Capital Fixo avançou 0,9% no primeiro trimestre de 2019, devido ao aumento da importação líquida de máquinas e equipamentos que compensou a queda na produção de bens de capital e da Construção. Já a Despesa de Consumo do Governo variou 0,1% em relação ao primeiro trimestre de 2018.

As Exportações de Bens e Serviços cresceram 1,0%, enquanto que as Importações de Bens e Serviços se retraíram (-2,5%).

As exportações de bens que mais contribuíram para o resultado positivo foram: agricultura, derivados de petróleo; outros equipamentos de transporte e extração de petróleo e gás natural. Na pauta de importações de bens, as quedas mais relevantes foram em derivados de petróleo; veículos automotores; indústria farmacêutica e produtos de metal.

PIB acumula 0,9% nos quatro trimestres

O PIB acumulado nos quatro trimestres terminados em março de 2019 aumentou 0,9% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores. Esta taxa resultou do avanço de 1,0% do Valor Adicionado a preços básicos e de 0,7% nos Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios. O resultado do Valor Adicionado neste tipo de comparação decorreu dos seguintes desempenhos: Agropecuária (1,1%), Indústria (0,0%) e Serviços (1,2%).

Dentre as atividades industriais em alta estão Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (3,3%), Extrativa Mineral (0,6%) e Indústria da Transformação (0,1%). Já a Construção sofreu contração (-2,0%).

Dentre os Serviços, destaque para Atividades imobiliárias, que avançaram 3,2%. O restante apresentou as seguintes variações: Informação e comunicação (2,0%), Transporte, armazenagem e correio (1,5%), Comércio (1,3%), outras atividades de serviços (1,0%), Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (0,4%) e Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,2%).

Na análise da despesa, a Formação Bruta de Capital Fixo apresentou alta de 3,7% e a Despesa de Consumo das Famílias de 1,5%. Já a Consumo do Governo teve variação positiva de 0,1%. Este é o sexto trimestre seguido com crescimento do Consumo das Famílias.

Já no setor externo, as Exportações de Bens e Serviços avançaram 3,0%, enquanto que as Importações de Bens e Serviços apresentaram crescimento de 5,8%.


PIB chega a R$ 1,714 trilhão no primeiro trimestre de 2019.
O Produto Interno Bruto no primeiro trimestre de 2019 totalizou R$ 1,714 trilhão, sendo R$ 1,462 trilhões referentes ao Valor Adicionado a preços básicos e R$ 251,5 bilhões aos Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios.

Entre as atividades, a Agropecuária mostrou um valor adicionado de R$ 90,3 bilhões, a Indústria R$ 297,0 bilhões e os Serviços R$ 1,075 trilhão.

A Despesa de Consumo das Famílias totalizou R$ 1,111 trilhão, a Despesa de Consumo do Governo R$ 329,8 bilhões e a Formação Bruta de Capital Fixo R$ 265,6 bilhões. A Balança de Bens e Serviços ficou superavitária em R$ 2,3 bilhões e a Variação de Estoque foi positiva em R$ 4,5 bilhões.

A taxa de investimento no primeiro trimestre de 2019 foi de 15,5% do PIB, acima do observado no mesmo período de 2018 (15,2%). A taxa de poupança foi de 13,9% no primeiro trimestre de 2019 (ante 15,4% no mesmo período de 2018).

No primeiro trimestre de 2019, a Renda Nacional Bruta atingiu R$ 1,677 trilhão contra R$ 1,621 trilhão em igual período de 2018. Nessa mesma comparação, a Poupança Bruta atingiu R$ 237,5 bilhões contra R$ 253,5 bilhões.

A Necessidade de Financiamento alcançou R$ 32,3 bilhões ante R$ 23,9 bilhões no mesmo período do ano anterior. O aumento da Necessidade de Financiamento é explicado, principalmente, pelo crescimento de R$ 13,3 bilhões em Renda Líquida de Propriedade enviada ao Resto do Mundo, sendo amenizado pela melhora de R$ 4,3 bilhões no saldo externo de bens e serviços.



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quarta-feira, 29 de maio de 2019

O Novo Ciclo do Crescimento Econômico

Autor: Pedro Ricardo Dias Batista - RA 2016203281 – Acadêmico do Curso de Administração de Empresas do Centro Universitário Curitiba - Unicuritiba.

Sob a Orientação do Professor Semí Cavalcante de Oliveira de Economia Brasileira do Unicuritiba.

A economia brasileira, já passou por várias crises em diversos momentos da sua história, e sempre foi necessário promover mudanças para que elas não se agravassem. E desde o segundo governo de Dilma Rousseff, o mercado vinha demonstrando descontentamento com a condução, extremamente intervencionista, daquela equipe econômica. 

O governo de transição de Michel Temer, amenizou, mas não conseguiu superar a recessão pela qual o Brasil passava de forma definitiva. Na realidade no Governo Temer houve um agravamento nos indicadores do desemprego, o que reflete a falta de investimentos por parte do empresariado. 

Nesse sentido, a eleição do Presidente Jair Bolsonaro – final de 2018 – de perfil conservador, liberal e com um forte discurso contra a corrupção. E acima de tudo, com uma equipe econômica carregando o mesmo viés ideológico, deixou o mercado mais confiante, contudo, até agora fez poucos avanços no sentido de afetar diretamente a economia de forma mais positiva. 

Porém, vale ressaltar que os referidos avanços estão a caminho, uma vez que a Reforma da Previdência, pode aliviar de forma significativa o peso e gerar uma economia de 1,16 trilhões de reais nos próximos 10 anos, com uma meta de inflação de 4,25% para 2019 acreditamos que se os prazos forem cumpridos e a reforma previdenciária for aprovada, até final do ano de 2019, podemos estar vivenciando ou próximo de um novo ciclo econômico de crescimento econômico no pais.


Gráfico – 01 - Variação nos Índices da Bolsa de Valores - Ibovespa



No Gráfico 01, podemos perceber que mesmo após a vitória eleitoral do Presidente Jair Bolsonaro, houve pouca variação nos índices da Bolsa de Valores, apenas o início de 2019 é que houve um crescimento significativo nas transações, motivado pela perspectiva da aprovação de uma reforma na previdência promessa de campanha do Presidente e considerada essencial pela sua equipe econômica. 

No que se refere ao câmbio, o cenário também merece atenção, uma vez que, o real sofreu uma desvalorização considerável nos primeiros cinco meses de 2019. A taxa de câmbio estava próxima dos R$ 3,60 no dia da vitória do Bolsonaro e hoje (19/05/2019) está na casa dos R$ 4,09.


Gráfico – 02 – Variação Cambial



A guerra fiscal entre Estados Unidos e China, e qualquer choque externo relevante na economia mundial, também afeta a relação Real/Dólar. Porém, mesmo com todas as incertezas, acreditamos estamos muito perto de um boom econômico, onde a taxa de câmbio pode ficar muito próxima dos R$ 3,70 e a bolsa de valores chegar a 130 mil pontos melhorando a credibilidade no governo, aumentando a confiança dos consumidores e dos empresários e assim diminuindo de forma significativa o desemprego no país. Aliando tudo isso aos índices inflacionários que já estão controlados, mesmo com uma taxa básica de juros (Selic) um pouco acima do que mercado espera, o cenário econômico só tende a melhorar.

Se o empresário, conseguir enxergar esse movimento, que eu antevejo, deve se preparar para novos investimentos e ampliar seus lucros, pois, é bom frisar que as crises econômicas vêm e vão, mas as organizações permanecem e se estiverem preparadas, podem aproveitar brechas e frestas geradas pelas crises e ampliarem e se consolidarem ainda mais no mercado.



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segunda-feira, 20 de maio de 2019

Magazine Luiza Compra a Netshoes por R$244 milhões e amplia sua participação no comércio eletrônico – Estratégia em sintonia com a fase contemporânea da Revolução Industrial.

Prof. Semí Cavalcante de oliveira.


A gigante do varejo Magazine Luiza – Magalu - divulgou, nessa terça feira, 14 de maio de 2019, a aquisição da também brasileira Netshoes, empresa particularizada na venda de artigos esportivos na internet, por US$ 62 milhões, o equivalente a R$ 244,4 milhões. A notícia fez com que as ações da Netshoes saltassem para 18,6% na Bolsa de Nova York. Apesar de ser brasileira, a plataforma de venda só tem papéis negociados na Bolsa de Valores Americana, onde encetou em 2017. 

A compra é mais uma ação da varejista em sua tática para alavancar suas vendas no espaço e-commercee alargar seu portfólio. Para a Netshoes, uma das precursoras do comércio eletrônico no Brasil, foi a solução mais viável após amargar anos após anos de prejuízo. 

Em declaração enviada à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Magazine Luiza explicitou que a compra será efetivada através de uma subsidiária sediada no paraíso fiscal Ilhas Cayman, e que apesar de ambas as partes estarem de acordo, a transação será submetida a autorização do Conselho Administrativo de Defesa Econômico (Cade), agência que regula o mercado e suas estruturas, sobretudo o espaço concorrencial no país, só assim, o negócio estará sacramentado. 

A compra está em sintonia com a tática de expansão do grupo Magalu e da tendência que o mundo corporativo vem experimentando a partir do final do século passado, evidenciando as estratégias para as novas bases da competitividade. As vendas a partir das plataformas digitais da Netshoes foram de R$ 2,5 bilhões nos últimos 12 meses e se equivalem às vendas no mesmo segmento do Magazine Luiza, que foi de R$ 7 bilhões em 2018.

O valor de US$ 62 milhões é escandalosamente menor do que a Netshoes conseguiu quando da abertura de capital (IPO - Initial Public Offering ou Oferta Pública Inicial), há dois anos, na Bolsa Eletrônica Nasdaq em Nova Iorque. Naquela ocasião, foram arrebanhados US$ 138,85 milhões, o que equivalia a US$ 18 por ação. Na venda para a varejista, cada ação da Netshoes, saiu pela bagatela de US$ 2. 

A Netshoes, fundada no ano 2000 por Márcio Kumruian, seu CEO (Chief Executive Officer ou simplesmente Diretor Executivo) até a data da ratificação da transação pelo CADE, tentou reverter prejuízos constantes com a venda de suas operações no México e na Argentina e mudanças de estratégia, mas não teve resultados suficientes para barrar o aumento da pressão dos acionistas. Em setembro 2018, colocou a empresa à venda. A B2W, controladora da Americanas.com, e o Mercado Livre chegaram a manifestar interesse.

A B2W, proprietária das plataformas Americanas.com e Submarino, reconheceu que avaliava dar um lance pela Netshoes e ampliar sua participação nesse nicho mercadológico. A B2W havia inclusive contratado os serviços de assessoramento do Banco BTG Pactual, ou seja, a intenção era séria. Contudo, o Magalú foi mais rápido.

A transação marca a entrada do Magazine Luiza no segmento de vestuário enquanto que, para a B2W, seria a primeira aquisição de outra empresa de e-commerce. Desde a fusão entre Submarino e Americanas.com, a B2W só adquiriu companhias de software e logística.

Quando a companhia Netshoes chegou à Bolsa em 2017 com a ação cotada a US$ 16,35 e chegou à máxima de US$ 26,73, mas desde então segue perdendo valor. O papel fechou o pregão na quarta-feira (15 de maio) cotado a US$ 2,20, com queda de 11,3%, após o salto da véspera. Por causa das dificuldades operacionais, desde setembro do ano de 2018 ela buscava um comprador.


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