sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Por onde anda? - Francisco Lopes e Alexandre Kimmel

Por onde andam os egressos do Curso de Administração do UNICURITIBA: Francisco Lopes e Alexandre Kimmel? Confira abaixo um bate-papo realizado pelo aluno Rafael dos Santos.




Até mais!



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segunda-feira, 4 de novembro de 2019

MULHERES NO AMBIENTE DE TRABALHO


Fui convidada pelo grupo de estudos e pesquisa do Unicuritiba sobre Direitos Humanos para participar como mediadora na palestra sobre Mulheres no mundo dos negócios no I Congresso Internacional de direitos humanos do Unicuritiba.
Após essa experiência, decidi realizar algumas considerações sobre a temática. A discussão sobre a desigualdade de gênero no mundo corporativo não é assunto recente. No ápice da Revolução Industrial, estamos falando em uma data que ocorreu em torno dos anos de 1850, quando mulheres exploradas pelos seus empregadores iniciaram movimentos de contestação. Mulheres-trabalhadoras morreram por conta das tentativas de conquistar melhores condições de trabalho e remuneração. Como fruto de algumas dessas ações, num momento seguinte, instituiu-se o dia Internacional da Mulher. A proposta deste dia é que possamos refletir sobre o assunto e lembrarmos o quanto foi sofrido conquistar alguns direitos para as mulheres nos ambientes de trabalho. As exaustivas horas de trabalho, uma remuneração pífia e inferior àquela paga ao funcionário-homem, um trabalho realizado em ambientes insalubres e perigosos, a inexistência de possibilidade de descanso, as diferentes vertentes do assédio moral ao qual essas mulheres estavam expostas todos os dias foram apenas alguns dos temas que provocaram os levantes. 
Em 1948, foi proclamada, pela Assembleia Geral das Nações Unidas, a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DHDH). Dentre os direitos por ela tratados, alguns se referem aos temas que eram praxe dentro das organizações no período da Revolução Industrial.  
De lá pra cá, diversos organismos que organizam, estudam, acompanham e tentam alterar o status quoestabelecido sobre essa questão surgiram. Tomemos como exemplo a ONU Mulheres, e sua iniciativa do Planeta 50-50 para 2030, que lançou o desafio e metas pela igualdade de gênero.  O Great Place To Work (GPTW) recentemente lançou o ranking das melhores empresas para se trabalhar, e, um desses posicionamentos foi com um foco especial para as políticas institucionais direcionadas para as mulheres.
Apesar de tantos avanços e conquistas, ainda há muito o que ser transformado. Ainda existem, pelo menos, quatro temas a serem enfrentados pelas mulheres dentro das organizações: 1) o assédio moral; 2) diferença salarial; 3) ascensão hierárquica; e 4) a maternidade.
Utilizo o conceito de assédio moral que ocorre dentro das organizações como aquelas situações constrangedoras e, por vezes, humilhantes. Não apenas nas relações hierárquicas, mas nas relações entre pares. As piadinhas, os deboches, a falta de respeito com o vocabulário utilizados, ainda recheiam muitos dos processos trabalhistas no Brasil. Nesse momento, o Art 1º da DUDH, onde todos nascem iguais em dignidade e em direitos, é quebrado. 
Já o art 23º do DUDH menciona que as condições de trabalho devem ser equitativas e que o salário deverá ser igual por trabalho igual. Resultados estatísticos de pesquisa, realizada pelo Instituto Ethos com as 500 maiores empresas brasileiras, em 2016, apontam que o rendimento das mulheres é inferior ao rendimento de homens que ocupam o mesmo cargo, e que essa diferença em cargos de diretoria e chefias chega a 30%.  
No que tange a hierarquia, artigos publicados pelo ONU Mulheres apontam que os cargos mais elevados das estruturas organizacionais são na sua maioria dominados pelos homens. O Instituto Ethos corrobora essa informação, apontando que, aproximadamente, apenas 14% dos cargos mais elevados são ocupados pelas mulheres no Brasil. Nos conselhos de administração, a participação das mulheres nas 500 maiores empresas brasileiras é de, aproximadamente, 11%.  
O art. 25 versa sobre o direito a cuidados e assistência especial para a maternidade. A gravidez da mulher no ambiente organizacional sempre foi vista como um “problema”. Inúmeras são as empresas que dispensam as recentes mães para extirpar o “mal”. Por outro lado, empresas bem ranqueadas no GPTW – temática mulher, já oferecem benefícios e políticas de proteção a esse momento único na vida das mulheres.
 Outra informação relevante que precisa ser analisada é quando estamos diante das empresas públicas brasileiras. Nessas empresas, regidas pelos princípios administrativos - LIMPE (legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência), as regras são obedecidas, consequentemente, as garantias de igualdade acontecem pela força da lei. Assim como observa-se na França, com a implementação da Lei da Igualdade no serviço público, as mulheres passaram a ter quotas garantidas nos cargos públicos. 
Em resumo, atualmente, muito das conquistas já alcançadas parece estar garantida pela força da lei. Penso como estariam nossas arenas organizacionais se o direito à igualdade  dependesse única e exclusivamente do ser homo sapiens!

Por Profa. Monica de Faria Mascarenhas e Lemos

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