terça-feira, 29 de agosto de 2017

Aula Inaugural do Curso de Administração


Na última semana o Curso de Administração realizou sua Aula Inaugural, referente ao segundo semestre, com a presença do Adm. Marcelo Iwersen, membro do Conselho Regional de Administração do Paraná (CRA-PR), abordando a importante área da Gestão de Serviços da Saúde.
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quarta-feira, 9 de agosto de 2017

O Santo Graal e a Busca de Soluções dos Problemas Empresariais

A Lenda do Santo Graal (recipiente que supostamente conteve o sangue de Jesus Cristo) foi, e ainda é, um tema instigante e controverso, sob o qual muitos creem em sua existência e outros tantos a reputam como apenas mais uma estória ainda persistente no imaginário das pessoas. Este recipiente tem sido, ao longo dos séculos, procurado e jamais encontrado, resultando até no sacrifício da vida de muitos dos seus perseguidores. 

Prof. Celso Valério Antunes
A despeito se este “cálice” seria ou não lendário ou fictício, podemos aproveitar a mensagem contida nesta alegoria para auxiliar discorrer sobre uma questão que atualmente, potencializado pela crise econômica que estamos enfrentando, tem sido amplamente retomada e buscada pelas organizações: a detecção das reais causas-raízes dos problemas, visando seu enfrentamento e posterior resolução definitiva dos problemas. 

Acerca da resolução de problemas, tanto no âmbito pessoal como no organizacional, para que logre a maximização de resultados, esta deve conter uma sequência mínima e lógica em sua abordagem, de forma a garantir a eficácia das soluções propostas. Normalmente, a solução de problemas organizacionais encerra uma complexidade muito superior àquelas de âmbito pessoal, justamente por envolver várias áreas, processos e, consequentemente, pessoas e egos. Para tanto, a abordagem de solução de problemas empresariais deve estar embasada em uma lógica formal e metodológica, sendo que atualmente dispomos de uma variada gama de metodologias voltadas a esta finalidade, tais como: MASP. PDCA, 8D, A3, etc. 

Contudo, tais metodologias apresentam um caráter “ferramental” e se constituem em um “meio” para o atingimento de seus resultados, e não um fim em si mesmas. Desta forma, não basta apenas ao gestor promover ciclos de palestras e treinamentos empresariais focados em uma ou mais destas metodologias, acreditando que seus profissionais estarão plenamente capacitados ao término destas. Analogamente, seria como um caçador de tesouros possuir todos os dispositivos e artefatos necessários para iniciar a sua busca, sem ter dado ainda nenhum passo “para fora da porta” em busca de seu “Graal”. 

Ao longo de minha carreira como consultor empresarial na área de processos, me deparei constantemente com a necessidade de implantar a resolução de problemas dentro das organizações nas quais estava atuando. Neste sentido, promovemos ciclos de treinamento e palestras, voltados a gestores e colaboradores envolvidos. Realizamos estudos “pilotos” em processos previamente escolhidos e que apresentavam a mais variada gama de problemas. Analisamos criticamente os resultados obtidos, seja ao longo da execução, como ao final dos trabalhos. Atacamos os eventuais problemas remanescentes e, em todas as ocasiões, finalizamos com sucesso estes processos. 

Mas qual não foi a minha surpresa - por vezes - em, depois de algum tempo, visitar novamente a organização e ser surpreendido com a informação de que a empresa deixou de adotar esta ou outra metodologia e que se via mergulhada em sucessivos problemas, sem capacidade aparente de resolução dos mesmos, replicando o insucesso que muitos dos perseguidores do Santo Graal lograram... Questionei quais seriam os aparentes motivos que conduziriam a este fim e, dentre tantos, pude levantar: falta de comprometimento gerencial, falta de capacitação de pessoal (técnica e comportamental), falta de uma visão sistêmica, falta de abordagem por processos, cultura organizacional, gestão de relacionamentos “frágil”, retenção de informações “estratégicas” das áreas visando ocultar dados a fim de preservar a exposição da má gestão, turnover alto, sem a efetiva capacitação dos colaboradores repostos nas funções, etc. 

Mais uma vez, analogamente, seria como um explorador aventureiro que se lançasse à busca do “cálice”, sair sem um planejamento que lhe mostrasse a direção a tomar e sem um dos principais instrumentos, a bússola, que nos mostra a direção, confiando assim apenas em seu “instinto”. De fato, muito do que as organizações consideram como resolução de problemas constitui-se apenas em medidas contingenciais, que não agem na detecção efetiva das causas-raízes – este sim o “Santo Graal” da resolução dos problemas organizacionais. 

O êxito na resolução de problemas baseia-se principalmente em: 

(1) Conhecer a fundo a metodologia aplicada; 
(2) Exercitar exaustivamente sobre problemas reais e, de preferência, com maior relevância, urgência e grau de complexidade; 
(3) ter efetivo apoio gerencial; 
(4) Ser inserido no gerenciamento da rotina das pessoas e, principalmente, 
(5) Ser estabelecido na cultura organizacional por meio de ações estratégicas. 

Desta forma, é possível perceber que o principal ponto focal para a resolução de problemas reside nos profissionais envolvidos na resolução de problemas, pois esta prescinde principalmente de uma mudança de crenças e valores dos gestores, bem como uma consequente “transmissão” destas crenças e valores a seus colaboradores, considerando todas as possibilidades e disponibilidades. 

O santo Graal é, até os dias de hoje, uma lenda (pelo menos até, quem sabe um dia, ser encontrado). Porém a resolução efetiva dos problemas pela detecção das reais causas-raízes, não o é, bastando para tal aliar as estratégias com: metodologia correta, conhecimento técnico, forte apoio gerencial e, principalmente, crença e vontade! 


Prof. Celso Valério Antunes Professor do Curso de Administração do Unicuritiba e Consultor na 3S Consultoria Empresarial.
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