segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Eleições Americanas, Pandemia e o Brasil

    Estamos vivendo um momento histórico de desafios sem precedentes. Pelo menos para boa parte da população mundial, será a primeira grande crise de saúde pública com impactos econômicos severos ao mesmo tempo. Enfrentamos um inimigo invisível que ataca de forma silenciosa, como se não bastassem as batalhas que estamos enfrentando sem nenhuma arma de combate eficaz (vacina ou tratamento confiável) outro pilar fundamental para a subsistência humana está sendo duramente atingido, a Economia. Neste cenário, as preocupações quanto a nossa economia somam-se as novas configurações políticas mundiais com a decisão da eleição presidencial nos EUA, hoje um dos maiores aliados do Brasil no mundo. 
    Não é novidade que a vitória do democrata Joe Biden, pode enfraquecer o governo Bolsonaro na medida em que as políticas internacionais em relação ao Brasil forem afetadas. Bolsonaro e Trump, partilham o posicionamento ideológico de direita, o conservadorismo nos costumes, e o estilo populista online de fazer política, configurações que vão de encontro com as características de Joe Biden.
A relação comercial entre o Brasil e EUA pode ser considerável estável nos últimos anos, sendo que, a aproximação ideológica entre Trump e Bolsonaro, não trouxe consigo mudanças positivas com relação à participação dos EUA na balança comercial brasileira. Da mesma forma, é provável que a vitória de Biden também não produza mudanças nesse cenário embora possuam potencial para estreitar as relações entre Estados Unidos e China, o que por sua vez, tenderia a diminuir a pressão política sobre as relações comerciais entre o Brasil e a China e a aumentaria as possibilidades de negócios entre os dois países - ainda que haja incremento das importações chinesas de produtos americanos em detrimento das exportações brasileiras.
    Os Estados Unidos é o segundo maior parceiro comercial do Brasil, e para que haja um aumento no fluxo de negócios, ambas as economias precisam se recuperar da crise gerada pela pandemia do novo corona vírus. Diante deste desafio, para se aproximar cada vez mais dos EUA o governo brasileiro decidiu pelo fim da necessidade de visto para americanos viajarem para o Brasil com o intuito de aumentar as possibilidades de investimentos e fluxo de turistas em nosso território. Por motivos óbvios isto não aconteceu na escala desejada, mas esta ação atingiu seu objetivo possibilitando, ao seu tempo, o fortalecimento das relações com os EUA. 
    Com a vitória de Joe Biden, há uma grande possibilidade de se aumentar o peso do multilateralismo na política externa americana com foco em questões ambientais. Pode haver um aumento da pressão externa sobre o Brasil com impacto político e econômico inclusive no que diz respeito ao destino do acordo entre União Europeia e o Mercosul. A pauta ambiental, é bom dizer, vem causando atritos entre os Democratas e o presidente Bolsonaro desde 2019 e especificamente com Biden durante o período pré-eleitoral norte americano. Fazer contraposição pública à Bolsonaro tem rendido dividendos eleitorais ao Democrata, na medida em que expõe e fortalece seu compromisso geral com o meio ambiente e com a Amazônia em particular. A vitória de Biden pode ter efeitos no público interno e fortalecer os grupos que confrontam Bolsonaro, como os que discutem a área do meio ambiente e dos direitos humanos. Para o Brasil a vitória de Joe Biden pode fornecer um campo fértil para grandes embates com grandes consequências.
    Sem a referência de Trump na cena política global, cabe ao Brasil retomar certa racionalidade na condução da política externa, para evitar a construção de um isolamento político internacional. De qualquer forma cabe mantermos a atenção em alguns pontos estratégicos, como o acordo de livre comércio, algo que Bolsonaro tem buscado desde que assumiu o poder, em 2019. Apesar dos dois países não terem conseguido uma parceria deste porte até o presente momento, cabe ressaltar o fechamento na última semana de um Acordo de Comércio e Cooperação Econômica (ATEC, na sigla em inglês) que prevê, entre outras medidas, a facilitação do comércio e o combate à corrupção. Vamos atentos seguindo os acontecimentos.



Artigo de Opinião – Ismael Nobre

Turma: 8º período de ADM

Curso:  Administração




REFERÊNCIAS


https://www.correiobraziliense.com.br/politica/2020/11/4886673-especialistas-avaliam-impactos-da-eleicao-americana-no-brasil.html. Acesso em: 09 novembro 2020.


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