quinta-feira, 11 de maio de 2017

A carne é fraca.

Na sexta-feira, 17 de março de 2017, a Polícia Federal deflagrou a Operação Carne Fraca, que anunciou como a maior da história da corporação. A Operação Carne Fraca revelou vínculos criminosos entre empresários do agronegócio e fiscais agropecuários federais, que recebiam propinas para emitir certificados sanitários sem fiscalização. Os fiscais fechavam os olhos para a falta de higiene dos estabelecimentos, para produtos com prazos de validade vencidos, para carne estragada e até para a presença da bactéria Salmonella em alguns produtos.

Prof. Edson Mantovan.
A preocupação das empresas do setor e do  Ministério da Agricultura está nos sérios danos causados à imagem das companhias brasileiras do setor alimentício. Diversos países importadores anunciaram o bloqueio de carne brasileira em seus territórios, afetando as exportações nesse segmento importante de nossa economia. Caso esses embargos persistam, empresas do ramo serão fechadas e milhares de funcionários serão demitidos. 

Em função disso, a Policia Federal está sendo culpabilizada pelos órgãos governamentais. As perguntas que faço são simples. Quem é o culpado? Quem pagará a conta?

Quem pagará a conta é mais fácil de responder: os produtores de carnes, pois com a diminuição da procura o preço tende a cair; os funcionários das empresas envolvidas, pois podem ficar sem seus empregos; a população que porventura tenha consumido carne estragada, pois pode pagar com a saúde, um valor bem mais alto que o dinheiro.

Tentemos agora esclarecer de quem é a culpa. As empresas envolvidas vão culpar fornecedores e funcionários; segundo o Governo, a Policia Federal é culpada, pois generalizou na divulgação do problema, afetando as exportações; e segundo os fiscais, o sistema os forçou a se corromperem.

Em minha opinião, o verdadeiro culpado da Operação Carne Fraca é a fraqueza da Carne Humana, é o caráter do ser humano, que acha normal a busca do lucro a qualquer preço, olhando apenas para seu umbigo e não observando que essa prática afeta o consumidor final e a reputação do País.


A pessoa que come carne estragada pode ser infectada por bactérias perigosas, que podem levar à morte. Sempre que um empresário tiver que decidir entre adulterar a indicação do prazo de validade ou assumir o prejuízo, deve-se perguntar quanto vale uma vida? Essa pergunta deve fazer parte dos indicadores de decisão, pois para evitar um pequeno prejuízo pode-se gerar um prejuízo muito maior para indivíduos e para a sociedade em geral.

Deus diz que devemos amar o próximo como a nós mesmos; portanto, todo empresário que acha que o próximo pode comer carne adulterada sirva antes o produto a si mesmo e a sua família.

Prof. Edson Mantovan, graduado em Engenharia Industrial Elétrica, Especialização em Matemática  e Mestrado em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina. 

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