segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Qual o Preço da Felicidade?


O conceito de felicidade relaciona-se à ideia de bem-estar. As pessoas buscam, constantemente, atingir um estado no qual sintam prazer de estarem vivas. Do ponto de vista econômico, a felicidade está relacionada à posse de bens materiais. De acordo com essa perspectiva, o indivíduo irá se sentir mais feliz à medida que lhe for facultada a possibilidade de ampliar suas alternativas de consumo. Não por acaso, o pensamento econômico tradicional entende que o objetivo de maximização da renda está associado ao aumento do consumo. Por sua vez, o incremento no consumo leva a um maior bem-estar e, consequentemente, à sensação de felicidade. (César Nazareno Caselani FGV-EAESP)

De acordo com o referido Professor Caselani: “A felicidade costuma ser assunto de interesse dos chamados “profissionais da alma”: psicólogos, sociólogos e antropólogos. Recentemente, porém, os economistas também se interessaram pelo tema. Consumo, trabalho, lazer, ecologia e remuneração passaram a ser tópicos utilizados pelos economistas para explicar a felicidade e analisar os custos que sua busca acarreta para os indivíduos e a sociedade”. Nesse sentido, diversas pesquisas estão sendo realizadas,  por conceituadas Universidades e seus respectivos Departamentos de Ciências Econômicas, no intuito de medir “financeiramente” o preço da felicidade”. 
A revista científica “PNAS” publicou uma recente pesquisa realizada por economistas americanos, com 450 mil pessoas residentes nos Estados Unidos, revelando que “Para ser feliz, o importante não é ser rico, mas, isso sim, não ser pobre.” 
A pesquisa evidenciou que a partir de um ganho médio mensal com o qual os entrevistados disseram se sentir “não pobres”: R$ 11,3 mil. Esse valor passou a ser então o limite de “corte” na pesquisa. Nesse sentido, R$ 11,3 mil por mês é o ponto a partir do qual mais dinheiro não significa necessariamente mais felicidade. Além desse “corte”, a riqueza nada mais acrescenta de felicidade.
Outros fatores, estritamente pessoais, tais como solidão, obesidade, ou, apresentar problemas crônicos de saúde não interverem no sentimento de felicidade segundo a pesquisa. O fator que lidera como uma necessidade básica para que sentimento de felicidade se manifeste para os entrevistados, desde que se ganhem os R$ 11,3 mil, é ser religioso e possuir plano de saúde, superando inclusive a felicidade de ter filhos.
Contudo, varias outras pesquisas, que também merecem credibilidade, atestam que nos Estados Unidos para ser feliz, uma  pessoa necessita perceber mensalmente a quantia de 95 mil dólares, em reais, aproximadamente 25 mil Reais por mês. Essas mesmas pesquisas aponta que na América Latina um salário de aproximadamente 10 mil reais mensais, basta para gerar um sentimento de felicidade. Pois com essa quantia, a pessoa pode satisfazer suas necessidades básicas, incluindo, lazer.
Ao ler e analisar tais pesquisas diversos questionamentos nos incomodam. A felicidade então tem um Preço? O Ter e mais importante que o Ser? As realizações pessoais não interferem nesse quadro de felicidade? Quando estudamos e buscamos aperfeiçoamento constante, visamos apenas a promoção na firma onde trabalhamos e consequentemente mais salário? A felicidade esta intrinsicamente ligada a bens materiais? Essas indagações e muitas outras refletem não um descrédito em relação às pesquisas que certamente utilizaram métodos científicos, mas um sentimento de impotência e no0s mostra um grande paradoxo, pois, ainda segundo Caselani: “Embora o comportamento humano muitas vezes pareça buscar a realização pelo consumo, não é preciso uma análise sofisticada para concluir que não existe relação direta entre consumo exacerbado e felicidade. Quando as pessoas trabalham mais para consumir mais e atingir a felicidade, acabam por se tornar infelizes por não dispor de tempo suficiente para o lazer”.
Mas a pergunta que nunca cala...você é feliz? Ou um dia vai se considerar feliz?


Prof. Semí Cavalcante de Oliveira


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pela participação!