quarta-feira, 4 de abril de 2018

A Inflação no Brasil Abaixo Do Centro Da Meta: É Bom?

Prof. Semí Cavalcante de Oliveira

Para quem viveu os famigerados anos 1980 – considerada a década perdida em termos de economia, quando o Brasil viveu uma recessão econômica que muitos economistas consideram tão profunda quando a dos anos 1930, pós quebra da Bolsa em Nova Iorque.
Durante a década de 1980 o Brasil viveu um processo inflacionário galopante, que ao final do Governo José Sarney (1985 – 1989) beirava os 2000% a.a.
Foram anos difíceis aqueles.  E não faz muito tempo, no Governo Dilma Rousseff (2011 – 2016) a inflação começou a esboçar uma escapadela do controle das autoridades monetárias. Muitos ficaram apreensivos, será que vamos reviver aqueles? 
Não, acho que não, uma vez que até março de 2018 o acumulado da inflação esta abaixo do centro da meta estabelecida pelo Banco Central do Brasil – Bacen, que é de 4,5 %.
Viver com uma inflação baixa e controlada é bom, pois, nos dá a chance de planejar o futuro e consequentemente da margem para queda da taxa básica de juros. Isso é muito bom, pois aquece o consumo e aumenta o índice de confiança do empresário.
Com um processo inflacionário no menor nível para março desde a implantação do Plano Real (1994), o Brasil concretiza um cenário de mais previsibilidade, segurança e prosperidade. Em março de 2018, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice oficial de preços do País variou apenas 0,09%.
Inflação baixa constitui que os preços dos principais produtos, na média, não sofreram grandes flutuações entre um período e outro. Quanto menor a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), menor é a alteração nos preços de itens importantes para o consumo das famílias.
Um ambiente de inflação baixo é uma amparo para a sociedade. Até o início dos anos 1990, quando os preços estavam descontrolados e eram reajustados mais de uma vez por dia, o dinheiro dos trabalhadores perdia o poder aquisitivo rapidamente. Os produtos de primeira necessidade, por exemplo, podiam ter um aumento de 100% em seu preço em um único dia.

Esse pretérito está cada vez mais se perdendo no retrovisor da história econômica do Brasil e as novas gerações vão conhecer esses dilemas apenas nos livros de história. Para os economistas, essa taxa de março de 2018 abre espaço para que o Brasil labute para manter a inflação em nível baixo e para que seus benefícios sejam permanentes e ajudem no desenvolvimento social e numa mais justa distribuição de rendas.


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