terça-feira, 7 de novembro de 2017

A Luz Do Coaching

Prof. Iron Lemes
Conceitos, resultados, benefícios do processo e minhas conclusões sobre o processo de Coaching.
Muitos me perguntam o que é o Coaching, se é um modismo, se tem fundamento científico, se é uma ferramenta de gestão, de auto ajuda, ou só mais um modelo de ganhar dinheiro.
Respondo: Coaching não é nada disto, porém um pouco disto e daquilo. Confuso? Vamos lá. Coaching é um processo de autoconhecimento, um processo de descoberta interior do ser humano, voltado para a vida pessoal e como resultado também pode beneficiar a vida profissional.
O profissional Coach (aquele que pratica a técnica com pessoas) aplica técnicas e ferramentas que auxiliam o Coachee (aquele que recebe a técnica) a se autoconhecer.  Este autoconhecimento leva o Coachee à um aprendizado sobre si mesmo. Segundo José Roberto Marques, Presidente do Instituto Brasileiro de Coaching,“Você já tem as respostas aí, dentro de você, e só precisa ser positivamente apoiado a fazer as perguntas certas para assim chegar à solução de seus dilemas. Exercitar suas potencialidades, descobrir outras mais, acreditar em si, são passos nesse caminho da evolução humana”, ou seja, o Coach, aplicando técnicas e ferramentas por meio de perguntas pontuais, chamadas de perguntas poderosas, auxilia o Coachee a se descobrir e encontrar sua potencialidades que estão de certa forma hibernando em seu interior, ou até mesmo pouco exploradas. Por meio das sessões de Coaching, o próprio Coachee aprende a se fazer as perguntas reveladoras. Perguntas que o instigam a se aprofundar em sua descoberta interior, e com a devida carga positiva, o leva a construir um futuro melhor e atingir seus objetivos, sejam de vida ou profissionais. 
Portanto, o processo de Coaching, auxilia as pessoas a atingirem seus objetivos, onde ocorre um acordo entre as partes, por meio de metas, sejam elas de curto, médio ou longo prazo, as quais serão perseguidas pelo Coachee, com a orientação de seu Coach. Com o decorrer do tempo, o Coachee percebe que esta evolução vai além das metas, mas também como uma melhoria de sua condição de vida, pois o descobrimento de novas maneiras de se conduzir pela vida, o leva a uma melhoria de qualidade de vida. 
Mas quando surgiu o Coaching? De onde veio? Quem foram seus idealizadores? Não é tão fácil responder estas questões, porém estudos e pesquisas foram feitos e Marcela Buttazzi fez uma lição sobre este assunto que foi citado em uma publicação pelo IBC Instituto Brasileiro de Coaching, “Coaching, um acelerador para o seu sucesso!”, extraído de PERSIA, 2011, onde explicam o seguinte: “Coaching é uma palavra de origem anglo-saxônica que surgiu em 1500, na Inglaterra, para denominar aquele que conduzia uma carruagem. Já em 1850, a palavra ‘Coach’ era utilizada nas universidades da Inglaterra denominando o tutor de uma pessoa (responsável por orientar os universitários com os estudos). Em 1950, o conceito de ‘Coaching’ foi primeiramente introduzido na literatura dos negócios, como sendo uma habilidade para o gerenciamento de pessoas. Dez anos depois, o programa educacional em Nova York introduziu pela 1ª vez as habilidades de Coaching de Vida. Este programa foi transportado para o Canadá e melhorado com a inclusão da resolução de problemas. Na década de 80, os programas de liderança incluíram o conceito de Coaching Executivo e o mundo dos negócios começou a dar importância a esse tema. A partir desta década, o Coaching emerge como uma ferramenta extremamente poderosa. A necessidade de planejamento; de alinhamento estratégico; de exigência crescente de qualidade; de constante preocupação com a otimização dos custos; de reter talentos e de desenvolver lideranças internas são aspectos que as empresas vêm enfrentando nos dias atuais, onde assistimos a um crescente processo de intensificação da cultura do Coaching no ambiente empresarial, com o objetivo de atender, de forma customizada, às necessidades de organizações, executivos, líderes, profissionais e colaboradores de todos os níveis”. 

Notamos por meio desta pesquisa que o processo de Coaching, está em franco desenvolvimento, onde diversas ciências conjugam seus conhecimentos para compor a essência do Coaching. E complementando o IBC, Coaching é um processo de desenvolvimento de competências e habilidades desenvolvidas entre Coach e Coachee para acelerar metas e objetivos em um curto espaço de tempo, onde é utilizado um Mix de diversas ciências como: administração, psicologia, sociologia, filosofia, gestão de pessoas, planejamento estratégico, entre outras. 

Porém muitas pessoas ainda confundem o processo de Coaching com outras praticas profissionais, mas sabemos agora que Coaching não é mentoring; aconselhamento; terapia; treinamento; consultoria e nem ensino. É um processo orientado para o futuro. 

Para deixar claro vamos esclarecer o que fazem estas outras atividades:

Mentoring:é um modelo de desenvolvimento profissional que consiste na tutoria e aconselhamento realizado por uma pessoa mais experiente. Ou seja, o Mentor é uma pessoa com profundo conhecimento e vivência no ambiente que a pessoa está sendo “tutorada”.  Este mentor está orientando esta pessoa para os caminhos já vividos por ele, com o propósito de prepará-lo para assumir esta posição num futuro próximo com a mesma qualidade, mas tem por limitação a exclusividade a área, vivência e expertise do mentor. Não podendo se ausentar desta particularidade vivida pelo mentor, sendo muito específica sua aplicação.

Aconselhamento:é um processo de interação entre duas pessoas, um expert de uma determinada área e um profissional iniciante da mesma área, que tem como objetivo auxiliar as pessoas a fazer a escolha certa no âmbito profissional.
O counselor tem o objetivo de clarificar opções numa altura de crise do profissional, auxiliando-o de forma rápida e pontual, por meio do aconselhamento. Trabalha-se com profissionais que se sentem constrangidos ou insatisfeitos com sua vida profissional. Eles buscam orientações e conselhos.

Porém o imediatismo do counseling não dá ao indivíduo nenhum desenvolvimento dos seus dons, habilidades pessoais, superação de limites autoimpostos ou mesmo a remoção das crenças limitantes que obsgtruem o caminho deste profissional. O Counselor (conselheiro) trabalha para solucionar o problema de um profissional.

Existem dois tipos de Counseling: o aconselhamento da área da carreia, focado nos resultados do profissional; e o aconselhamento emocional, que é liderado por um psicoterapeuta, o que revela mais uma vez a ligação do Counseling com a área da psicologia.

Terapia:É o atendimento realizado por um psicólogo com a finalidade de tratar questões pessoais tais como dificuldades emocionais, comportamentais, cognitivas, etc.

Exemplos de dificuldades emocionais: Crise no casamento, dificuldades em tomar decisões, traumas emocionais, dificuldades em lidar com pessoas, choro fácil, sensibilidades e irritabilidades, dificuldade em namorar, dificuldade em decidir qual carreira seguir, etc.

Exemplos de dificuldades comportamentais: Medo de falar em publico, explosões de raiva, timidez, fobias, compulsão por comida, bebida ou drogas, etc.

Exemplos de dificuldades cognitivas: Pensamentos depressivos ou de morte, sensação de estar sendo perseguido, ansiedade, etc.

O objetivo deste tratamento é auxiliar o paciente a curar-se de males que afetam sua saúde mental e conferir a eles mais qualidade de vida. É oferecido por psicólogos e psicoterapeutas, trabalhando com o cliente que busca alívio de sintomas psicológicos ou físicos. A terapia lida com a saúde mental do cliente, enquanto o Coaching lida com o crescimento mental do cliente, uma visão futura e positiva.

Treinamento:é o processo de transmitir habilidades ou conhecimentos por meio de estudo, experiência ou ensino. Envolve mudança de comportamento em quatro formas: 1- Transmissão de informação; 2- Desenvolvimento de habilidades; 3- Desenvolvimento ou modificação de atitudes e 4- Desenvolvimento de conceitos.

O treinador é um especialista na área que auxilia o desenvolvimento de habilidades específicas para resultados imediatos. Ainda; para Goldstein (1991) Treinamento "é a aquisição sistemática de atitudes, conceitos, conhecimentos, regras ou habilidades que resulta em melhoria de desempenho no trabalho". 
Consultoria:é o ato de oferecer soluções específicas, com o intuito de atender necessidades e objetivos também específicos de determinados clientes. É amplamente utilizado no universo corporativo.

Existem diversas modalidades de consultoria, em regra, a empresa apresenta sua situação ao consultor que fará um diagnóstico e apresentará as melhores formas de resolver problemas ou o aproveitamento de novas oportunidades, por meio da utilização de ferramentas de gestão as quais o consultor deve dominá-las em sua totalidade, dependendo de sua área de atuação.

Alguns exemplos de consultoria: Consultoria Organizacional; Consultoria Empresarial; Consultoria Profissional; Consultoria Pessoal, Consultoria de Imagem, etc.

Consultoria, de uma forma ampla, é o fornecimento de determinada prestação de serviço, em geral por profissional qualificado e conhecedor do tema. O serviço de consultoria oferecido ao cliente, acontece por meio de diagnósticos e processos e tem o propósito de levantar as necessidades do cliente, identificar soluções e recomendar ações. De posse dessas informações, o consultor desenvolve, implanta e viabiliza o projeto de acordo com a necessidade específica de cada cliente.

Ensino: O ensino é a ação e o efeito de ensinar (instruir, doutrinar e amestrar com regras ou preceitos). Trata-se do sistema e do método de instruir, constituído pelo conjunto de conhecimentos, princípios e ideias que se ensinam a alguém.

O ensino implica a interação de três elementos: o professor ou docente; o aluno, estudante ou discente; e o objeto de conhecimento. A tradição enciclopedista supõe que o professor é a fonte do conhecimento e o aluno, um mero receptor ilimitado do mesmo. Sob esta perspectiva, o processo de ensino é a transmissão de conhecimentos do docente para o estudante, através de diversos meios e técnicas.

É uma forma sistemática de transmissão de conhecimento utilizada pelos humanos para instruir e educar seus semelhantes. Pode ser praticado de diferentes formas: Ensino formal, que é o praticado pelas instituições de ensino devidamente formalizadas e tradicionalmente conhecidas por meio do docente (professor); Ensino informal, parte do processo de socialização do homem e ocorre de forma não-intencional e o Ensino não-formal, mais ligado ao processo de consciência política e relações sociais, de maneira intencional.

O ensino transmite conhecimento do professor ao aluno, onde o professor sabe algo que o aluno não sabe, enquanto o Coaching é exatamente o contrário, o cliente é o especialista e é ele quem tem as respostas, e não o Coach.
Conclusão

Nunca antes na história da humanidade, o pensamento, a reflexão e o poder mental estiveram em franca expansão nos estudos do comportamento humano.
Várias ciências abordam o tema de diversas maneiras sob diversos pretextos, porém, no campo do comportamento humano, o Coaching vem ganhando terreno nas pesquisas e aplicações. 

Por meio dos parágrafos anteriores explicou-se o que é o processo de Coaching e suas aplicações. Nota-se que as respostas para as dúvidas pessoais e profissionais, na maioria das vezes estão com o próprio indagador, ou seja, conforme José Roberto Marques, “quanto mais eu me conheço mais eu me curo”, está diretamente ligado ao processo de Coaching. 

Não subestimando as demais ciências e atividades profissionais; como a psicologia, consultoria, treinamento, mentoria, etc... o processo de Coaching torna-se cada dia que passa numa ferramenta de autodescobrimento, simplesmente pela utilização de perguntas poderosas que auxilia o Coachee a encontrar seu caminho, na busca de horizontes a serem percorridos na assertividade. Este apoio do Coach nada mais é que um suporte coerente de orientação comportamental na prática da positividade. Ou seja, o processo de Coaching segue a corrente da positividade, sempre olhando para o futuro. 

Porém o sucesso do processo de Coaching depende 50% do Coach e 50 % do Coachee, como? Pois bem, um Coach sem preparo, não saberá utilizar as ferramentas adequadas para auxiliar o Coachee a responder suas próprias inquietações, e mesmo que utilize as ferramentas adequadas, dependerá do tempo e oportunidade para fazê-lo, podendo retardar o processo de autoconhecimento do Coachee, atrasando seu progresso na busca de soluções aos seus problemas. E os outros 50% são de responsabilidade do Coachee, que tem por responsabilidade se comprometer com as tarefas agendadas pelo Coach, no intuito de melhor compreender e sentir o processo como um estágio de transformação pessoal, sem o qual, corre o risco do processo terminar e o Coachee não saber identificar qual foi seu ganho pelo processo, levando a descrença na ferramenta e no Coach.

Por este motivo, faz-se necessário a capacitação do Coach, dentro das formalidades de ensino, com avaliações e práticas pré Coach, para validar o ganho de conhecimento pelo Coach das ferramentas disponíveis e efetivas ao processo de Coaching. Dentro deste contexto, é extremamente importante que o Coachee, investigue a formação de seu Coach, para não ter decepções futuras. Afinal, em todas as profissões existem aventureiros e oportunistas.

Por: Iron Lemes
        Professor Universitário
        Professional & Self Coach
        

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