Estamos diante de uma grande revolução nas equipes de vendas,
nas empresas de varejo e prestação de serviços, principalmente no que diz
respeito ao planejamento. Planejar tornou-se tão fundamental quanto fechar uma
negociação com o cliente. Com isso, lideranças comerciais incorporaram aos seus
cargos essa responsabilidade estratégica, que possibilita a elaboração de
futuros cenários mercadológicos, com novos objetivos de vendas, de Market Share, de produtos e assim por
diante.
Prof. Wagner Rodrigo Weber. |
Tudo isso está muito correto, pois planejar visa a
continuidade e o desenvolvimento das empresas no mundo corporativo. E
planejamento, sem dúvida alguma, é fundamental a qualquer equipe de vendas,
pois é através dele que se permite alcançar os objetivos da empresa. Mas, tem
gente que insiste em não acreditar nisso.
O absurdo mesmo é ver empresas pensando muito bem no seu
futuro e esquecendo de atuar no presente, ou seja, estão com a cabeça nas
estrelas, e os pés também. Com isso, surge uma grande oportunidade na área
científica: descobrir a fórmula mágica que estas empresas utilizam para querer
aumentar seu Market Share, receita de
vendas e outras metas fabulosas, porém sem descobrir a razão pela qual existem
no mundo corporativo.
As empresas existem porque há clientes que consomem seus
produtos e serviços. Isto parece realmente óbvio. Porém, diariamente assistimos
ao descaso e à incompetência com que elas se reportam à razão de sua
existência. O atendimento é péssimo, não são capazes de administrar
reclamações. Qualidade é mais uma perfumaria do pessoal do RH, que adora se
intrometer onde não deve. O mais sensacional mesmo é quando a área de vendas
julga-se como a parte mais importante da empresa, considerando as demais áreas
como um “peso morto”, apregoando sua pretensa autossuficiência. Pós-venda,
então, é para quem tem tempo e gosta de ser “puxa-saco” do cliente. Vamos
vender, vender e vender, seja lá o que for e para quem for, o que importa é o
pedido assinado, e coitado daquele vendedor que não estiver motivado, afinal a
motivação é intrínseca e consequentemente não é problema da empresa.
O ser humano é resultado de evolução e adaptação em seu meio
e, considerando que o cliente é um ser humano e que também está presente nesta
teia evolutiva, as equipes de vendas também devem evoluir se não quiserem ficar
para trás. Sinceramente, já foi a época de premiar profissionais de vendas
somente pelos resultados em vendas, atualmente as empresas deveriam premiar
aqueles que possuem o maior número de clientes satisfeitos. Certamente os resultados
seriam ainda melhores. Porém, sabemos que isso está longe de
acontecer, pois requer competência e disposição à mudança, o que em muitas
empresas está em extinção há muito tempo.
Será que uma empresa, com este perfil, consegue realmente
cumprir com o seu planejamento estratégico?
Este
cenário pode e deve ser revertido, mas é preciso mudar a forma de pensar e agir
nas empresas, principalmente nas equipes de vendas. Mudar
requer muito esforço e, na maioria das vezes, muitos param no meio do caminho.
Mas há também aqueles que são capazes de admitir suas falhas e a cada dia
buscam a satisfação de seus clientes. Temos certeza de que serão grandes
vencedores. Entretanto, para isso precisam desenvolver o equilíbrio entre
pensar e agir, o que lhes possibilitará pensar no futuro e viver no presente.
Prof. Wagner Rodrigo Weber
Administrador, Especialista em Gestão Estratégica de
Pessoas, Mestre em Organizações e Desenvolvimento Econômico e Sustentabilidade. Professor e Coordenador do Curso de Administração do
Unicuritiba.