Confesso que sempre fui muito empolgado com a minha profissão
(profissional de finanças e de projetos), sacerdócio (professor universitário)
e diversão (palestrante), principalmente após o encerramento de um excelente
semestre, onde é possível visualizar os resultados surpreendentes dos trabalhos
realizados pelos alunos das minhas disciplinas de Estudos de Viabilidade em
Administração, Práticas e Elaboração de Projetos e Jogo de Empresas (que também
pode ser considerada um tipo de projeto, dada a complexidade exigida para o
processo decisório)
Mas preciso ser franco, porque, de certa forma, estou mais do que um
pouco incomodado…
Existe por aí um monte de informações erradas sobre o gerenciamento de
projetos. Eu sei perfeitamente disso porque ultimamente tenho questionado
muitas pessoas sobre o que elas entendem sobre projetos, e o que recebi como resposta
de mais de um par de dezenas de pessoas foram respostas muito rasas e
superficiais, de pessoas que realmente acham que entendem o que é um projeto. E
o pior, quando eu tentei “apertar um pouco mais o parafuso” me senti pior do
que um menino que recebe uma bronca do pai!
Mas depois disso, um pensamento e um desejo afloram constantemente: eu
gostaria de encontrar uma fórmula que funcionasse para todos, e aplicar essa
fórmula mais e mais vezes. Acho que se eu encontrar essa fórmula, e aplicá-la
nos processos de gerenciamento de projetos, poderíamos consolidar com mais
frequência os entendimentos acerca dessa área do conhecimento tão complexa e
muito negligenciada pelos pseudo intelectuais de plantão.
Mas não é isso que me foi ensinado, seja nos bancos da escola ou na
escola da vida profissional. E é exatamente essa parte que me deixa louco, pois
quando eu questionei essas pessoas sobre o real entendimento acerca dos
processos de gerenciamento de projetos e das técnicas e ferramentas utilizadas
para tal, quase sempre escutei a mesma resposta, como se fosse o refrão dessas
músicas chiclete que temos hoje: “Todas as habilidades de gerenciamento de
projeto sempre são baseadas no Guru X ou no Guru Y, e eu nunca serei tão bom
ele”.
Mas é claro que você, e nem mesmo eu (e nem quero isso), seremos iguais
aos “Guru X” ou “Guru Y”. Eu tenho um nome real – Samir Bazzi –, e não preciso
colocar um ® na frente do meu nome para me proteger dos culpados.
Muitas pessoas estão correndo ao redor do nada, e estão tentando fazer
tudo isso parecer muito mais difícil do que realmente é. Até entendo que o
gerenciamento de um projeto não é tão simples assim, mas existem várias razões
para isso, mas a linha de fundo disso tudo, pelo menos para mim, é que a grande
maioria das pessoas tem todo o interesse em fazer o gerenciamento de projetos
se tornar algo muito difícil, quase que inacessível aos simples mortais.
Voltando na questão dos “Gurus”, que são mistificados por aí. Se você
estudou um pouco da teoria do gerenciamento de projetos, você deve ter se
deparado com os escritos de alguns desses “místicos”, que são os caras que
fazem o seu melhor para criar a falsa impressão de que você precisa ter
inúmeras habilidades (às vezes até parecem magia negra), para entregar projetos
bem-sucedidos. Eles querem que você acredite que eles são os alquimistas
modernos, e que somente eles são capazes de transformar chumbo em ouro.
Porque ao invés de ficar dando ouvido a esses caras você não procura
aprender a usar o bom processo de gerenciamento de projetos. Fácil não é, mas
basta que você, literalmente, pare tudo, pense, sente-se com calma, trace uma
rota e passe a usar as etapas sugeridas por uma metodologia séria para
orientá-lo através do sucesso. Não entenda como uma frase fajuta de autoajuda,
mas você pode literalmente transformar as palavras em sucesso.
Mas nessa hora surge uma mentira deslavada, e que você acredita
piamente: “você tem que ser um super-humano para obter grandes resultados e
continuamente entregar projetos bem-sucedidos”.
M E N T I R A !
Você não precisa ser um guru, um místico, um alquimista, ou qualquer
outra dessas baboseiras todas. Você não precisa fazer uma viagem ao topo de uma
montanha distante e adorar os deuses de gerenciamento de projetos arcanos. Isso
é um truque de mágica boba, criada por esses gurus místicos do gerenciamento de
projetos.
Eu sei que pode até soar como mágica o que vou dizer agora, mas não me
entenda errado: você pode perfeitamente se dedicar um pouco, estudar um pouco
mais, aplicar os processos aprendidos, usar algumas ferramentas específicas de
gerenciamento, quebrar algumas pedras de moinho com um certo esforço (quem
conhece uma pedra de moinho entende perfeitamente o que eu estou tentando
falar, e se você não conhece, pesquise um pouco sobre isso), e pronto, a mágica
está pronta, e o seu projeto sai do papel.
Mas será que isso é realmente mágica? Pode soar como mágica, mas
quando você puder consolidar todo o seu conhecimento, aplicar as ferramentas
adequadas, o projeto surge quase que pronto na sua frente!
Para alguns isso pode perfeitamente soar como como mágica, e é isso que
aqueles gurus-místico adoram que você acredite, que ele é um mágico (e, é
claro, que eles são os únicos que conhecem a magia). Mas a realidade é que o
gerenciamento de projetos é apenas uma habilidade – e você só precisa aprender
como fazê-lo, e depois aplicá-lo corretamente.
Se eu posso fazer isso, com certeza você também pode!
Hoje eu conheço um pouco desse universo, no entanto, nem sempre foi
assim. E é por isso que eu sei que esta é uma habilidade que você pode vir a
dominar no futuro. Sei disso porque acerca de 15 anos atrás, eu nunca tinha
ouvido falar de gerenciamento de projetos. Mas quando ouvi isso pela primeira
vez parece que uma luz se acendeu na minha cabeça, e me apaixonei por isso
imediatamente. E na mesma hora me impus a tarefa de aprender o máximo do que
estaria ao meu alcance sobre o gerenciamento de projetos e dos processos
necessários para garantir o sucesso nessa profissão.
Eu não digo isso tudo para que me gabar, muito pelo contrário. A
principal razão de eu dizer isso é porque eu quero que você, assim como eu, se
apaixone por essa área, e quebre alguns paradigmas idiotas. E que, quando
alguém chegar ao seu lado e começar a falar algumas “asneiras” sobre o
gerenciamento de projetos, você seja capaz de conseguir argumentar.
Espero que algum dia você realmente entenda tudo o que estou falando
aqui.
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